terça-feira, 30 de março de 2010

Aos amigos e amigas

O que esperar de uma mídia que se auto proclama como "a grande prestadora de serviços de utilidade pública". Utilidade pública para qual direção cara pálida?!! É no mínimo estarrecedor, ver, ouvir, e conversar com pessoas em nossa sociedade que dizem 'sem assistir BBB, novelas e programas de fim de semana das TVs' é impossível ter conversa durante o dia a dia e no decorrer da semana.

A quem realmente interessa tanta desinformação, ou tanta informação contrária, ao que milhares e milhares de pessoas vivenciam no seu real cotidiano? Por morar na cidade de São Paulo, citarei-a, desconfiando que em outras não sejam tão diferentes.

Começando com um transporte público de PÉSSIMA qualidade e valor custoso que obriga o uso do particular (poluindo e ajudando a deixar mais caótico o trânsito dessa metrópole).

Hospitais e postos de saúde que não dispõem de médicos ou vagas quando necessárias. E as escolas, ah.. as escolas que são a menina dos olhos de qualquer administrador público, e aqui uma verdadeira contradição no que diz respeito ao IDESP, Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado, e a realidade, existe um descompasso nessa dança, esse bailar está longe de expressar uma fração sequer da realidade vivida pela maioria das escolas públicas paulistas. Exatamente por conta da realidade ser estarrecedora e chocar-se com o que está por longa data sendo pago pelo governo veicular na mídia. De tanto se propagar mentiras acostumou-se a crer que o Estado mais rico da Federação teria uma educação que se dignasse a tal. Ledo engano, senhoras e senhores foi tudo um grande engodo.

Diretamente instalado pelo executivo do Estado e naturalmente corroborado pela mídia que usufruía das benesses desse negócio por natureza lucrativo, fez-se vistas grossas, aliás bem grossas com a questão EDUCAÇÃO. É só nos deparamos com a dinâmica das agências de emprego, nas empresas selecionando candidatos ou qualquer prova de qualificação por série.

Há quantos anos a escola pública paulista aprova em massa os seus alunos? Por outro lado, suas universidades e escolas técnicas agem em sentido contrário. Quantos pesos? Quantas medidas? Essa notícia que por si já é gravíssima, (fato que pouquíssimo foi divulgado e cobrado pela imprensa) fica ainda pior quando é acobertado, distorcido e transformado numa contra informação e ministrado em doses alopatas. Tal a que me deparei nos últimos dias em que a categoria do magistério paulista em greve por melhoria salarial, condições de trabalho, segurança, contra o sucateamento da escola pública, a superlotação das salas de aula e a propaganda mentirosa na mídia.

Todavia ontem 26/03/2010 chegou-se ao ápice do cúmulo, a categoria que já entrou em greve por não ser ouvida, por não haver uma única brecha sequer de diálogo, após duas assembléias na Avenida Paulista, marcou uma assembléia no Morumbi com intenção de ir até o palácio dos bandeirantes em passeata e o desfecho, foi com sangue. Sangue de professoras, professores, alunas e alunos das mais diversas idades que estavam ordeiros e pacificamente manifestando o direito cívico de exigir uma educação de qualidade. Vou relembrar que trata-se da educação, um dos bens mais sagrados de uma Nação.

*Novamente para o meu espanto, (que a essa altura nem deveria mais existir!) Onde estava a mídia? Estava fazendo a cobertura sim, porém parcial, já que a situação era pertinente ao governo que tão generosamente paga para divulgar as suas fanfarronices.

Desse ou de qualquer outro governo, pouco podemos esperar, da polícia com bombas de gás, spray pimenta, balas de borracha, cães, cavalos e seus apetrechos, vá lá! Mas quando os orgãos de imprensa se omitem de mostrar a realidade de uma manifestação pacífica e ordeira que foi brutalmente dissolvida a força e sem mostrar tudo o que realmente aconteceu já é fim de carreira, pois as últimas esperanças de justiça se esvaíram.

Preocupante, deveras preocupante, isso me fez pensar em alguém que até então nunca tinha sido simpático, ou até olhava com olhos tortos, só que agora começo a vê-lo com outro olhar. E fico também a me perguntar, porque será que a imprensa brasileira sente tanta raiva, tanta ojeriza por alguém? Sim amigas e amigos o nome do presidente Hugo Chávez é algo que realmente aterroriza nossa imprensa, quase uma expressão fantasmagórica.

Enquanto por aqui convivemos com a PIG (partido da imprensa golpista), páginas e páginas já existem para maiores e melhores explicações, nós a essa altura, só nos resta perguntar “e agora quem poderá me ajudar?”

António